Ceratopigmentação: Conheça o Procedimento e Seus Riscos

A ceratopigmentação é um procedimento oftalmológico que consiste na aplicação de micropigmentos na córnea – a parte transparente na frente do olho.

No Brasil, a ceratopigmentação para fins estéticos em pacientes saudáveis é proibida pelos potenciais riscos à saúde ocular, como infecções, aumento da pressão ocular, redução da visão periférica e até a possibilidade de cegueira.

Além dos riscos diretos à visão, essa “tatuagem de córnea” pode interferir em futuros exames e tratamentos, como o mapeamento de retina e a cirurgia de catarata.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) recomenda que a ceratopigmentação seja feita apenas em pacientes com cegueira permanente e para revitalização das córneas esbranquiçadas nos olhos.

É importante destacar que a ceratopigmentação refere-se apenas à coloração da córnea, sendo a modificação da coloração da esclera (parte branca do olho) totalmente contraindicada.

Quando o procedimento é indicado?

  1. Opacidade de córnea
  2. Atrofia ocular
  3. Coloboma
  4. Iridodiálise/iridectomia, para evitar diplopia monocular
  5. Nébula difusa
  6. Aniridia

Quais as contraindicações?

  1. Iridociclite
  2. Estafiloma
  3. Degeneração calcárea
  4. Conjuntivite crônica
  5. Ceratite ativa
  6. Hipersensibilidade ao pigmento

Como é feito?

Realizado exclusivamente por médicos oftalmologistas em ambiente hospitalar, o processo inicia com a aplicação de colírios anestésicos para conforto do paciente.

Utilizando uma agulha especial, o médico injeta delicadamente os micropigmentos no estroma da córnea, seguindo um padrão específico.

As técnicas variam, incluindo micropunção estromal, dupla bolsa lamelar e a laser por femtosegundo (FAK), sendo esta última reconhecida por seus resultados superiores, apesar do alto custo.

O tempo de execução do procedimento varia conforme a técnica, mas costuma estar entre 40 a 60 minutos por olho, podendo requerer sessões adicionais para obter o efeito desejado.

Quais as possíveis complicações?

O procedimento é considerado de “alto risco”, sendo as principais complicações:

1. Infecção ocular

2. Reações alérgicas ao pigmento

3. Resultados insatisfatórios

4. Desbotamento ou mudança de cor

Conclusão

A seleção de um oftalmologista qualificado é fundamental para assegurar um procedimento seguro e eficaz.

Embora a ceratopigmentação ofereça uma solução para certas condições estéticas e médicas, é importante considerar todos os riscos.