Pálpebra caída (Ptose Palpebral): o que é, causas e tratamentos

Última atualização em 25 de abril de 2023 por Eyecare Health

Você tem ou já se deparou alguma vez com pessoas que têm as pálpebras caídas? Alguma vez se perguntou o que causa o olhar com aspecto cansado?

A ptose é uma das causas mais frequentes de queixas estéticas oculares dos pacientes, mas que também pode ter impactos diretos na visão. Entender as causas nos direciona para a melhor programação de tratamento, que é, muitas vezes, cirúrgico.

O que são pálpebras caídas?

A ptose palpebral ou blefaroptose, popularmente conhecida como pálpebra caída, é um problema que afeta grande parte da população causando problemas tanto estéticos quanto de perda visual.

Nessa condição a pálpebra superior encontra-se em posição mais baixa que o normal, podendo obstruir o eixo visual e interferir diretamente nas atividades diárias como ler e dirigir. Além disso, pode ser causa de perda visual irreversível em crianças se não tratada.

Causas das pálpebras caídas

As causas de ptose são variáveis e determiná-las é importante para o tipo e urgência do tratamento. 

1- Relacionada a idade

A ptose relacionada à idade (ou aponeurótica) é a causa mais comum de ptose adquirida, sendo responsável por 60% dos casos. Ela acontece por alterações naturais do funcionamento dos músculos e estruturas que participam na elevação da pálpebra.

2- Traumas

Traumas diretos, cirurgias, fórceps ou mesmo a manipulação dos olhos são causas de ptose traumática. Isso decorre de lesões musculares diretas, danos à inervação e ao suprimento de nutrientes pelos vasos sanguíneos.

3- Mecânicas

Neste tópico, até mesmo o uso excessivo de lentes de contato e o simples fato de coçar os olhos podem ocasionar ptose. Além disso, temos ainda o excesso de peso e massas tumorais como causas mecânicas para o caimento da palpebral. 

4- Dermatocálase

Apesar de não ser uma ptose verdadeira, devemos saber reconhecer a dermatocálase, o excesso de pele na pálpebra. Essa é uma causa de pseudoptose, isto é, uma falsa sensação de que a pálpebra superior está caída em função do excesso de pele que se acumula acima da pálpebra superior.

5- Neurogênica

Uma das causas mais incomuns, porém que deve ser descartada para ter certeza de que não estamos de frente a uma paralisia de nervos cranianos ou descompensações de doenças sistêmicas como Diabetes e Hipertensão Arterial.

É causada por uma disfunção das terminações nervosas responsáveis pela movimentação e sustentação das pálpebras. Também pode ser causada por miastenia gravis, esclerose múltipla, intoxicações, dentre outras causas.

6- Congênita

As crianças podem nascer com a pálpebra mais baixa ou manifestar essa condição no primeiro ano de vida. Em ¾ dos casos, ela afeta apenas um dos olhos. Pode ser de causa indeterminada ou ainda relacionada aos outros tipos descritos anteriormente. Esse problema pode influenciar diretamente o desenvolvimento visual caso não seja avaliado e corrigido por um especialista a tempo.

Tratamento

O tratamento da ptose depende do diagnóstico correto de suas causas. Na maioria das vezes o tratamento é cirúrgico. Para determinar a técnica cirúrgica avaliamos o grau de ptose, função muscular e anatomia das pálpebras.

Também é importante entender com o paciente suas queixas, funcionais ou estéticas, e esclarecer dúvidas. Algumas causas, como a miastenia gravis, podem ter melhora significante do quadro com o tratamento clínico da doença de base do paciente. 

Conclusão

Ptose palpebral é um problema que afeta muitas pessoas e pode ocorrer em qualquer idade. As mais variadas causas podem levar a essa condição e o diagnóstico é importante para a programação do tratamento. Para uma melhor avaliação consulte seu oftalmologista!

Referências:

1. Avdagic, Ema, and Paul O Phelps. “Eyelid ptosis (Blepharoptosis) for the primary care practitioner.” Disease-a-month : DM vol. 66,10 (2020): 101040. doi:10.1016/j.disamonth.2020.101040

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3. Lim, J. M., Hou, J. H., Singa, R. M., Aakalu, V. K., & Setabutr, P. (2013). Relative incidence of blepharoptosis subtypes in an oculoplastics practice at a tertiary care center. Orbit (Amsterdam, Netherlands), 32(4), 231–234. https://doi.org/10.3109/01676830.2013.788673

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