Panfotocoagulação a laser em doenças retinianas: além da retinopatia diabética

Para Oftalmologistas

A panfotocoagulação a laser é uma técnica utilizada para tratar uma variedade de condições que afetam a retina, especialmente aquelas que envolvem alterações na circulação sanguínea e no comportamento dos vasos.

Embora seja mais conhecida no tratamento da retinopatia diabética proliferativa, o procedimento tem indicações que vão além dessa condição e desempenha um papel essencial no controle de doenças graves que podem comprometer a visão de forma permanente.

As principais indicações são casos de isquemia retiniana (quando há falta de sangue e oxigênio na retina) e neovascularização retiniana (formação descontrolada de novos vasos sanguíneos), independentemente da causa. Esses vasos anormais são frágeis e propensos a sangrar, o que pode levar à perda de visão se não forem tratados.

Siga a leitura para compreender exatamente o que é o procedimento, como ele funciona, suas principais indicações e as possíveis complicações.

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Panfotocoagulação a laser: explicando o procedimento

A palavra “panfotocoagulação” pode ser desmembrada em três partes:

  • “pan” = total
  • “foto” = luz
  • “coagulação” = processo para interromper um sangramento

Ou seja, trata-se de uma coagulação total induzida por luz. No caso, um feixe de laser específico.

A panfotocoagulação a laser é uma técnica minimamente invasiva que utiliza energia luminosa concentrada para causar pequenas queimaduras controladas na retina. Essas microlesões ajudam a reduzir a demanda metabólica da retina, diminuem a liberação de fatores que estimulam o crescimento de vasos anormais e levam ao fechamento dos vasos sanguíneos já comprometidos.

Em resumo: o procedimento usa o calor do laser para destruir vasos sanguíneos anormais na retina (parte interna do olho) e áreas que representam risco para o desenvolvimento ou progressão de complicações visuais.

Como é realizada a panfotocoagulação?

O paciente recebe anestesia local em colírio e medicamentos para dilatar as pupilas. Após isso, o oftalmologista posiciona uma lente especial sobre o olho e utiliza o laser para aplicar pequenos disparos de luz em diversas regiões da retina.

O processo geralmente dura entre 15 e 40 minutos, dependendo da extensão da área tratada. Algumas pessoas necessitam de mais de uma sessão, o que varia de acordo com a gravidade da doença retiniana e da resposta ao tratamento.

Embora o procedimento seja considerado relativamente confortável, o paciente pode sentir leves “picadas”, flashes de luz intensa, aumento da sensibilidade ocular e um discreto embaçamento visual por algumas horas.

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Quais são os casos em que o procedimento é indicado?

A panfotocoagulação a laser é indicada em diversas doenças retinianas, incluindo:

Retinopatia diabética proliferativa

Complicação causada pelo diabetes que leva à formação de vasos sanguíneos anormais e sangramentos intraoculares.

Retinopatia da prematuridade

Condição que afeta bebês prematuros, nos quais a retina ainda está em desenvolvimento e pode apresentar neovascularização e risco de descolamento de retina.

Glaucoma neovascular

Forma agressiva de glaucoma causada pela formação de novos vasos na íris e nas estruturas anteriores do olho, elevando a pressão ocular.

Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) – forma proliferativa

Em alguns casos específicos, o laser pode ser indicado como complemento terapêutico quando há proliferação vascular.

Além dessas condições, a panfotocoagulação também pode ser utilizada em situações de oclusões vasculares da retina, hemorragias recorrentes e outras formas de isquemia retiniana.

Saiba quais são as possíveis complicações

Apesar de ser uma técnica segura, a panfotocoagulação a laser não é isenta de riscos. O procedimento envolve a realização de queimaduras controladas na retina, e isso pode resultar, em casos raros, em:

  • Redução da visão periférica;
  • Dificuldade de adaptação ao escuro;
  • Edema (inchaço) da retina;
  • Sangramento intraocular;
  • Queimaduras acidentais de outras estruturas internas.

Por isso, o acompanhamento pós-procedimento é fundamental para garantir uma boa recuperação e monitorar a evolução da doença retiniana.

Ou seja, a panfotocoagulação a laser é uma das ferramentas mais importantes da oftalmologia moderna, sendo fundamental no manejo de doenças retinianas graves e potencialmente cegantes. O procedimento controla sangramentos, reduz riscos e preserva a visão ao evitar complicações futuras.

Observação: este artigo tem fins informativos e não substitui o atendimento com um profissional de saúde. Consulte seu oftalmologista para obter orientação personalizada sobre sua saúde ocular.

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Sou paraense, formada em Medicina pela UFPA. Realizei residência em Oftalmologia na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde também concluí pós-graduações em Plástica Ocular, Vias Lacrimais, Órbita e Neuro-oftalmologia. Permaneço na instituição como supervisora até hoje. Atualmente, moro em São José dos Campos e atuo profissionalmente tanto na região quanto em São Paulo.
Sou paraense, formada em Medicina pela UFPA. Realizei residência em Oftalmologia na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde também concluí pós-graduações em Plástica Ocular, Vias Lacrimais, Órbita e Neuro-oftalmologia. Permaneço na instituição como supervisora até hoje. Atualmente, moro em São José dos Campos e atuo profissionalmente tanto na região quanto em São Paulo.
foto do procedimento panfotocoagulação a laser

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