Última atualização em 11 de outubro de 2024 por Leonardo Orpinelli
Saiba mais sobre Tomografia de Coerência Óptica (OCT): entenda o procedimento, as principais aplicações no diagnóstico e monitoramento de doenças oculares, e as inovações recentes.
O que é Tomografia de Coerência Óptica (OCT) e como ela funciona?
A Tomografia de Coerência Óptica (OCT) é um exame de imagem diagnóstico que possui tecnologia avançada de imagem. Ele é não invasivo e utiliza ondas de luz para captar imagens em alta resolução das várias camadas da retina, a parte posterior do olho. Esta técnica é semelhante ao ultrassom, mas em vez de ondas sonoras, utiliza ondas de luz infravermelha. A OCT permite aos oftalmologistas ver as estruturas internas do olho com uma clareza que não é possível com exames tradicionais.
O funcionamento do OCT baseia-se no princípio da interferometria de baixa coerência. A luz infravermelha é direcionada para o olho, e a quantidade de luz refletida das diferentes camadas é medida. Essas reflexões são então utilizadas para criar imagens detalhadas das camadas internas da retina e outras partes do olho. A OCT oferece uma visão transversal das estruturas oculares, permitindo uma análise detalhada de suas condições.
Quais são as principais aplicações da OCT no diagnóstico ocular?
A OCT tem uma ampla gama de aplicações no diagnóstico e monitoramento de doenças oculares, incluindo:
- Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI): A OCT é fundamental no diagnóstico e acompanhamento da DMRI, uma das principais causas de perda de visão em idosos. Ela ajuda a detectar alterações na mácula, a área central da retina responsável pela visão detalhada.
- Glaucoma: A OCT é usada para avaliar o nervo óptico e medir a espessura da camada de fibras nervosas, o que é crucial para a detecção precoce e o monitoramento do glaucoma.
- Edema Macular Diabético: Pacientes com diabetes podem desenvolver edema macular (área central da retina), onde o acúmulo de líquido na mácula leva ao inchaço desta. A OCT é usada para avaliar a gravidade do edema e monitorar a resposta ao tratamento.
- Buraco Macular e Membrana Epirretiniana: São dois exemplos de condições que afetam a mácula e podem causar perda de visão central. Elas são facilmente diagnosticadas e acompanhadas por meio de OCT.
- Retinopatia Serosa Central: É uma condição em que um fluido seroso se acumula sob a retina e a OCT ajuda a monitorar o progresso e a eficácia do tratamento desta retinopatia.
- Retinopatia Pigmentar: A OCT permite o acompanhamento de degenerações progressivas da retina como, por exemplo, a retinopatia pigmentar.
Como é realizado o exame de OCT?
O exame de OCT é rápido, indolor e não invasivo. O procedimento geralmente ocorre da seguinte maneira:
- Preparação: O paciente é orientado a posicionar o queixo e a testa em um suporte, para manter a cabeça imóvel durante o exame. Algumas vezes, colírios podem ser utilizados para dilatar a pupila, dependendo das estruturas que precisam ser visualizadas.
- Captura de Imagens: A câmera da OCT é alinhada com o olho do paciente. A luz infravermelha é projetada no olho, e as imagens das diferentes camadas da retina são capturadas. O paciente é orientado a focar em um ponto de fixação dentro do aparelho durante a captura das imagens.
- Análise das Imagens: As imagens são processadas pelo software da OCT, que gera cortes transversais detalhados da retina. Essas imagens são analisadas pelo oftalmologista para identificar quaisquer anomalias ou alterações estruturais.
O exame dura, em média, entre 5 e 10 minutos, e o paciente pode retomar suas atividades normais logo em seguida.
OCT: Resultados e Interpretação
Os resultados da OCT são apresentados como imagens detalhadas das camadas da retina e outras estruturas oculares. A interpretação dessas imagens permite ao oftalmologista avaliar a integridade da retina, identificar áreas de espessamento ou afinamento, e ainda detectar a presença de fluido ou outras anomalias. A OCT é particularmente útil no diagnóstico precoce de doenças oculares, antes mesmo que os sintomas se tornem aparentes.
Por exemplo, no caso da degeneração macular relacionada à idade, a OCT pode mostrar acúmulos de fluido ou sangue sob a retina, indicando a forma úmida da doença, que requer tratamento imediato. No glaucoma, a OCT permite medir a espessura da camada de fibras nervosas ao redor do nervo óptico, ajudando a monitorar a progressão da doença e a eficácia do tratamento.
Quem deve fazer o exame de OCT e com que frequência?
A indicação para a realização de uma OCT depende da condição ocular específica do paciente e da recomendação do oftalmologista. Em geral, as seguintes pessoas podem se beneficiar de exames regulares de OCT:
- Idosos: Indivíduos com mais de 60 anos devem fazer exames de OCT regularmente para monitorar sinais de degeneração macular e glaucoma, que são mais comuns nessa faixa etária.
- Pacientes com Diabetes: Pessoas com diabetes devem realizar exames de OCT para detectar e monitorar o edema macular diabético.
- Histórico Familiar de Doenças Oculares: Aqueles com histórico familiar de doenças como glaucoma ou degeneração macular devem fazer exames de OCT conforme indicado pelo oftalmologista.
- Sintomas Oculares: Pacientes que apresentam sintomas como visão embaçada, pontos cegos ou distorção visual devem realizar uma OCT para avaliar a causa subjacente.
A frequência dos exames de OCT varia de acordo com a condição monitorada. Pacientes com doenças oculares progressivas podem precisar de exames mais frequentes, enquanto outros podem fazer o exame anualmente como parte de uma rotina de saúde ocular.
Quais são os benefícios e limitações da tomografia de coerência óptica?
Benefícios:
- Diagnóstico Precoce: A OCT permite a detecção precoce de várias doenças oculares, muitas vezes antes do aparecimento dos sintomas, possibilitando um tratamento mais eficaz.
- Imagem Detalhada: A OCT oferece imagens em alta resolução das camadas da retina, permitindo uma análise detalhada das estruturas oculares.
- Procedimento Não Invasivo: A OCT é um exame seguro, rápido e não invasivo, que não requer contato direto com o olho.
- Monitoramento de Tratamentos: A OCT é eficaz no acompanhamento da resposta ao tratamento de várias condições oculares, como edema macular e glaucoma.
Limitações:
- Dependência da Transparência dos Meios Oculares: A qualidade das imagens pode ser afetada por opacidades na córnea, catarata ou outras condições que afetam a clareza dos meios ópticos do olho.
Interpretação: A interpretação das imagens da OCT requer experiência e treinamento especializado por parte do médico oftalmologista.
Conclusão
A Tomografia de Coerência Óptica (OCT) é uma ferramenta essencial no diagnóstico e monitoramento de doenças oculares. Sua capacidade de fornecer imagens detalhadas e em alta resolução das estruturas internas do olho a torna indispensável na prática oftalmológica moderna. Embora possua algumas limitações, os benefícios da OCT superam amplamente esses desafios, proporcionando aos pacientes um cuidado ocular preciso e avançado. Como a tecnologia continua a evoluir, a OCT deverá se tornar ainda mais importante no manejo de condições oculares complexas.
Referências
- National Eye Institute. “Optical Coherence Tomography (OCT).” Link
- American Academy of Ophthalmology. “Optical Coherence Tomography (OCT) in Ophthalmology.” Link
Mayo Clinic. “Understanding OCT Scans and Their Importance in Eye Health.” Link