Você já ouviu falar no transplante de córnea artificial? A córnea é a “tampa” transparente na frente do olho responsável por permitir a entrada de luz e ajudar na formação da visão nítida.
Quando ela perde essa transparência por lesões, cicatrizes ou doenças graves, pode ser necessário um transplante para que a luz volte a entrar normalmente dentro do globo ocular.
Na impossibilidade da realização do procedimento com um tecido humano doado, surge como alternativa promissora: o uso de córneas artificiais, conhecidas como ceratopróteses.
O que é a córnea artificial?
A córnea artificial é um tecido sintético desenvolvida para substituir a córnea humana danificada, devolvendo a transparência e permitindo que a luz volte a chegar na retina.
Além disso, o transplante de córnea artificial é uma solução viável para muitos pacientes que não podem contar com doações de córneas humanas, trazendo esperança para a recuperação da visão.
O transplante de córnea artificial é uma solução inovadora que pode proporcionar melhor qualidade de vida para pacientes com problemas graves de visão.
Ao contrário do transplante convencional, que depende de doadores, a córnea artificial é fabricada em laboratório a partir de materiais biocompatíveis, ou seja, que não provocam rejeição pelo organismo.
Existem alguns modelos em desenvolvimento e uso, sendo o mais conhecido o modelo de Boston, aprovado em vários países e com bons resultados visuais a longo prazo. Recentemente, pesquisadores da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) desenvolveram a primeira córnea artificial nacional.
Há também ceratopróteses temporárias, que são usadas apenas durante procedimentos cirúrgicos de retina para uma melhor visualização cirúrgica do cirurgião oftalmologista.
Quando o transplante de córnea artificial é indicado?
A ceratoprótese geralmente é indicada quando o transplante de córnea convencional não é possível ou já falhou repetidas vezes. A rejeição da córnea costuma oscilar ao redor de 15% e as chances de sucesso são menores a cada nova tentativa.
Ou seja, o transplante de córnea artificial é reservado para situações em que as técnicas convencionais não são viáveis, como:
- Cicatrizes extensas na córnea após infecções graves;
- Queimaduras químicas ou térmicas nos olhos;
- Doenças autoimunes;
- Rejeições sucessivas de transplantes anteriores.
Como é feita a cirurgia? Confira o passo-a-passo
O procedimento é semelhante ao de um transplante de córnea, mas envolve etapas específicas.
A cirurgia inicia-se com a remoção da córnea danificada, seguindo com o implante da ceratoprótese no lugar da antiga córnea e a cobertura da superfície do olho com mais um tecido biológico.
É, sem dúvidas, um procedimento cirúrgico de alta precisão e, por isso, é realizada por oftalmologistas especialistas em córnea.
Quais são os resultados esperados e cuidados após o transplante?
Os resultados podem ser surpreendentes e pacientes recuperam a visão, podendo voltar a realizar atividades cotidianas, mesmo após anos de baixa visão.
No entanto, é importante destacar que a córnea artificial exige acompanhamento oftalmológico regular e vitalício. Além disso, pode ser necessário uso contínuo de colírios e redobrar os cuidados para evitar infecções.
Além disso, como em qualquer procedimento cirúrgico que envolve riscos, é importante que o paciente esteja ciente de que, apesar dos avanços da técnica, ainda podem ocorrer complicações, como glaucoma, inflamação e extrusão (quando há perda da prótese).
Novos avanços e futuro
A pesquisa sobre córneas artificiais está em constante evolução. Novas gerações de próteses estão sendo desenvolvidas com materiais mais transparentes e mais compatíveis ao tecido humano.
Mais futuramente, esperamos ver até bioengenharia de células-tronco para criar córneas com células humanas em laboratório.
Esses avanços apontam para um futuro promissor, com cirurgias mais seguras, resultados mais duradouros e maior acesso a pacientes que aguardam por doadores.
O transplante de córnea artificial representa um grande marco na oftalmologia moderna, oferecendo esperança à quem já perdeu a visão por doenças graves da córnea e não tem mais opções com o transplante convencional.
No entanto, o sucesso depende da indicação médica, do tipo de prótese utilizada e do seguimento contínuo com o oftalmologista.
Observação: este artigo tem fins informativos e não substitui a consulta com um profissional de saúde. Consulte seu oftalmologista para obter orientação personalizada sobre sua saúde ocular. No Agenda Oftalmo, você encontra os melhores especialistas perto de você e marca atendimento em apenas três passos!
