Você já sentiu dor intensa nos olhos acompanhada de vermelhidão profunda e não soube se era algo simples ou grave? Esses sinais podem indicar esclerite ocular, uma inflamação ocular rara, mas séria, muitas vezes associada a doenças reumatológicas. Neste artigo, você vai entender o que é a esclerite, quais são seus principais sintomas, como ela está ligada a doenças autoimunes e qual a importância do diagnóstico precoce para evitar complicações visuais.
O que é esclerite?
A esclerite é uma inflamação rara e potencialmente grave da esclera, tecido que dá estrutura e rigidez ao olho. Diferente da episclerite, que costuma ser autolimitada e leve, a esclerite tem caráter destrutivo, causa dor intensa e pode levar à perda da visão se não for diagnosticada e tratada corretamente.
Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), até 50% dos pacientes com esclerite apresentam associação com alguma doença reumatológica ou autoimune, como artrite reumatoide, lúpus, espondiloartrites ou granulomatose com poliangeíte.
Relação entre esclerite e doenças reumatológicas
As doenças reumatológicas surgem quando o sistema imunológico ataca tecidos do próprio corpo. O olho pode ser um dos alvos, e em alguns casos o quadro de inflamação ocular é a primeira manifestação da doença sistêmica.
Entre as principais doenças associadas estão:
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Artrite reumatoide
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Espondiloartrites (ex.: espondilite anquilosante, artrite reativa)
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Lúpus eritematoso sistêmico
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Granulomatose com poliangeíte (GPA)
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Artrite idiopática juvenil (AIJ)
Sintomas de esclerite: como identificar
Os sinais da esclerite costumam ser intensos e diferentes de uma conjuntivite comum. Os principais sintomas são:
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Dor ocular forte, pior ao movimentar os olhos ou ao toque
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Vermelhidão profunda, difusa e persistente
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Sensibilidade à luz (fotofobia)
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Visão borrada ou embaçada
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Presença de nódulos firmes na esclera (formas nodulares)
Nos casos graves, pode ocorrer necrose escleral, afinamento da parede ocular e até risco de perfuração do olho, configurando uma urgência oftalmológica.
Possíveis complicações
Sem diagnóstico precoce, a esclerite pode evoluir para complicações sérias, como:
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Perda significativa da visão
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Perfuração ocular
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Descolamento de retina exsudativo
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Uveíte ou inflamação da coróide
Tratamento da esclerite
O tratamento deve sempre ser acompanhado por um oftalmologista especialista em inflamação ocular, em conjunto com o reumatologista. Entre as opções estão:
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Casos leves: anti-inflamatórios não esteroidais
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Moderados a graves: corticoterapia sistêmica
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Controle prolongado: imunossupressores (metotrexato, azatioprina, ciclosporina, micofenolato)
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Casos refratários: agentes biológicos, como anti-TNF ou rituximabe
Importância do diagnóstico precoce
A esclerite é uma condição rara, mas de alto impacto na saúde ocular e na qualidade de vida. Reconhecer seus sintomas e buscar atendimento médico imediato são passos fundamentais para evitar complicações graves.
Se você sente dor ocular persistente, vermelhidão profunda ou alterações visuais, procure um oftalmologista especializado.
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