Xantelasma: tratamento e remoção para melhoria estética

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O xantelasma são essas plaquinhas amarelas ao redor dos olhos - mas elas são perigosas? Dá para tirar? E o que signifcam? Confira aqui!
Sumário

O Xantelasma é uma condição dermatológica caracterizada pelo aparecimento de placas amareladas ao redor dos olhos, especialmente nas pálpebras. Embora seja uma condição benigna, pode indicar problemas de saúde mais sérios, como alterações no metabolismo do colesterol e doenças cardiovasculares.

Se você notar o aparecimento de manchas amareladas próximas aos seus olhos, consulte um dermatologista e oftalmologista. O diagnóstico precoce permite não apenas o tratamento estético, mas também a identificação de possíveis condições subjacentes que precisam de atenção médica.

O que é Xantelasma

O Xantelasma, também conhecido cientificamente como Xanthelasma Palpebrarum (XP), é a forma mais comum de xantoma que afeta a região dos olhos. Caracteriza-se pelo acúmulo de depósitos ricos em colesterol sob a pele das pálpebras, formando lesões bem características.

Esta condição, embora não cause dor ou desconforto físico, pode ter impacto significativo na autoestima dos pacientes devido à sua localização visível. Aproximadamente metade das pessoas afetadas apresenta alterações nos níveis de lipídios no sangue, tornando o Xantelasma um possível indicador de distúrbios metabólicos importantes.

Definição médica e aspectos visuais

Do ponto de vista médico, o Xantelasma apresenta-se como placas ou pápulas amareladas, macias ou semi sólidas, contendo acúmulos de colesterol. As lesões têm textura macia ao toque, superfície lisa e coloração que varia do amarelo claro ao amarelo intenso, podendo ser planas ou levemente elevadas em relação à pele normal.

Diferenças entre Xantelasma e outras condições oculares

O diagnóstico diferencial do Xantelasma é fundamental para um tratamento adequado. Enquanto algumas condições podem parecer similares, existem características específicas que ajudam na identificação correta:

CondiçãoAparênciaLocalizaçãoCorCaracterística distintiva
XantelasmaPlacas maciasPálpebrasAmareladaSimétrico e indolor
SiringomaPápulas pequenasRegião periorbitalCor da peleMúltiplas lesões diminutas
MilliumCistos minúsculosToda faceBranco-amareladaLesões arredondadas
Neoplasia basocelularNódulosVariávelPeroladaCrescimento progressivo

Prevalência e grupos de risco

O Xantelasma afeta principalmente adultos entre 35 e 55 anos, com predominância significativa em mulheres. A prevalência global é relativamente baixa, atingindo cerca de 1,1% das mulheres e 0,3% dos homens:

Grupo de RiscoPrevalênciaFatores Contribuintes
Mulheres 35-55 anos1,1%Hormonal/Metabólico
Homens 35-55 anos0,3%Metabólico
Histórico familiarAumentada 2-3xGenético
Dislipidemia50% dos casosMetabólico
Diabéticos30% dos casosEndócrino

Sintomas e manifestações do Xantelasma

O Xantelasma geralmente se apresenta de forma gradual e simétrica, sem causar dor ou desconforto físico. A manifestação inicial costuma ser sutil, com pequenas lesões que podem aumentar de tamanho e número ao longo do tempo, causando principalmente impacto estético ao paciente.

Características das lesões

As lesões do Xantelasma possuem características bem definidas que auxiliam no diagnóstico clínico:

CaracterísticaDescrição
CorAmarelo-alaranjada
TexturaMacia a semissólida
FormatoPlano ou levemente elevado
Tamanho2mm a 30mm
SuperfícieLisa e bem delimitada
SensibilidadeIndolor ao toque

Locais mais comuns de aparecimento

O Xantelasma tem predileção pela região periorbital, afetando principalmente a porção medial das pálpebras superiores (cerca de 70% dos casos), seguida pela região medial das pálpebras inferiores. As lesões costumam ser bilaterais e simétricas, embora possam começar em um lado e depois se desenvolver no outro.

Progressão da condição

A evolução do Xantelasma é tipicamente lenta e progressiva. Sem tratamento, as lesões tendem a permanecer estáveis ou aumentar gradualmente de tamanho. Não há regressão espontânea na maioria dos casos, mesmo com a normalização dos níveis de colesterol, embora o controle lipídico possa retardar a progressão.

Causas e fatores de risco do Xantelasma

O desenvolvimento do Xantelasma está intimamente ligado a alterações no metabolismo lipídico, embora sua exata etiologia não seja completamente compreendida. A condição pode surgir tanto em pessoas com níveis normais de colesterol quanto naquelas com distúrbios lipídicos evidentes.

A presença de fatores inflamatórios locais, combinada com predisposição genética e alterações metabólicas sistêmicas, cria um ambiente propício para o desenvolvimento das lesões. O processo de formação envolve o acúmulo de lípidos em macrófagos, que se transformam em células espumosas na derme.

Relação com colesterol alto

Aproximadamente 50% dos pacientes com Xantelasma apresentam níveis elevados de colesterol sérico. A relação é particularmente forte com níveis aumentados de LDL (colesterol “ruim”) e diminuídos de HDL (colesterol “bom”). 

O controle adequado do perfil lipídico pode ajudar a prevenir novas lesões, embora não necessariamente cause regressão das já existentes.

Doenças associadas ao Xantelasma

O Xantelasma frequentemente está associado a diversas condições médicas subjacentes, sendo um importante sinalizador de alterações metabólicas e sistêmicas. Quando se manifesta em pessoas jovens (abaixo dos 40 anos), a probabilidade de estar relacionado a alguma doença de base é ainda maior, exigindo investigação médica detalhada. 

As associações mais significativas são com doenças que afetam o metabolismo dos lipídios, como a hipercolesterolemia familiar, mas também com condições endócrinas como diabetes e alterações da tireoide:

CondiçãoRelação com XantelasmaFrequência
Hipercolesterolemia familiarForte40-60%
Diabetes MellitusModerada30-40%
HipotireoidismoModerada25-35%
Cirrose biliar primáriaForte20-30%
Síndrome metabólicaModerada15-25%

Fatores genéticos e hereditariedade

A predisposição genética desempenha um papel significativo no desenvolvimento do Xantelasma, especialmente quando a condição se manifesta em idade precoce. Estudos familiares demonstram um padrão de herança autossômica dominante em alguns casos.

Segundo um estudo publicado no European Journal of Preventive Cardiology em 2022, pessoas com histórico familiar de Xantelasma têm um risco até três vezes maior de desenvolver a condição, especialmente quando associada à hipercolesterolemia familiar.

Diagnóstico do Xantelasma

O diagnóstico do Xantelasma é primariamente clínico, baseado na aparência característica das lesões e sua localização típica. No entanto, devido à sua frequente associação com distúrbios metabólicos, uma avaliação mais ampla é necessária para investigar condições subjacentes.

Exames necessários

A investigação laboratorial é fundamental para avaliar possíveis condições associadas e determinar a melhor abordagem terapêutica. Os exames mais importantes são:

  • Perfil lipídico completo (colesterol total, HDL, LDL e triglicérides);
  • Glicemia de jejum e hemoglobina glicada;
  • Função tireoidiana (TSH e T4 livre);
  • Enzimas hepáticas;
  • Proteína C reativa (para avaliar inflamação);
  • Exames de imagem da região periorbital, quando necessário.

Avaliação clínica

Durante a avaliação clínica, o médico realizará um exame detalhado das lesões, considerando tamanho, distribuição, simetria e características da superfície. É essencial uma anamnese completa, incluindo histórico familiar de doenças cardíacas precoces, distúrbios lipídicos e outras condições metabólicas.

Sistema de classificação das lesões

O Xantelasma pode ser classificado em diferentes graus de acordo com sua extensão e localização, o que ajuda a determinar a melhor abordagem terapêutica. 

Esta classificação, desenvolvida com base em estudos de ultrassonografia biomicroscópica, considera não apenas a extensão visível das lesões, mas também sua profundidade e envolvimento tissular, fatores cruciais para o planejamento do tratamento:

GrauDescriçãoCaracterísticasAbordagem típica
Grau 1Lesão apenas na pálpebra superiorSuperficialLaser ou tratamento químico
Grau 2Lesão na pálpebra superior + canto medialModeradaLaser ou excisão cirúrgica
Grau 3Lesão nas pálpebras superior e inferiorExtensaCirurgia + reconstrução
Grau 4Lesões difusas em todas as pálpebrasSeveraAbordagem combinada

Tratamentos disponíveis para Xantelasma

O tratamento do Xantelasma envolve tanto a abordagem das lesões visíveis quanto o manejo das condições subjacentes. A escolha do método mais adequado depende de diversos fatores, incluindo o tamanho e a localização das lesões, além da presença de alterações metabólicas associadas.

A decisão terapêutica deve ser individualizada, considerando não apenas aspectos estéticos, mas também riscos e benefícios de cada procedimento. É importante notar que todos os tratamentos apresentam algum risco de recorrência, especialmente se as condições de base não forem adequadamente controladas.

Tratamentos cirúrgicos

A abordagem cirúrgica é considerada padrão-ouro para lesões maiores ou mais profundas. As técnicas principais incluem:

  • Excisão simples com sutura primária;
  • Blefaroplastia modificada;
  • Excisão com enxerto de pele;
  • Retalhos locais para reconstrução;
  • Técnica de “uncapping” para lesões extensas.

Procedimentos a laser

O tratamento a laser representa uma opção menos invasiva e eficaz, especialmente para lesões superficiais. O laser de CO2 fracionado e o laser Er:YAG são os mais utilizados, permitindo a ablação precisa do tecido com dano mínimo às estruturas adjacentes. 

A eficácia pode chegar a 90% em lesões superficiais, com tempo de recuperação relativamente curto.

Tratamentos químicos e alternativos

Os tratamentos químicos oferecem uma opção menos invasiva, embora possam requerer múltiplas sessões. As principais opções incluem:

  • Ácido tricloroacético (TCA) em diferentes concentrações;
  • Crioterapia com nitrogênio líquido;
  • Eletrocauterização;
  • Radiofrequência;
  • Plasma rico em plaquetas (PRP).

Prevenção e cuidados com Xantelasma

A prevenção do Xantelasma está diretamente relacionada ao controle dos fatores de risco modificáveis, especialmente o perfil lipídico e outras condições metabólicas associadas. O acompanhamento regular com profissionais de saúde e a adoção de um estilo de vida saudável são fundamentais.

O monitoramento constante dos níveis de colesterol e triglicérides, aliado a mudanças no estilo de vida, pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de novas lesões após o tratamento.

Controle do colesterol

O controle adequado dos níveis de colesterol é essencial para prevenir o surgimento ou agravamento do Xantelasma:

NutrienteRecomendaçãoAlimentos sugeridos
Gorduras saturadasReduzir consumoCarnes magras, laticínios desnatados
FibrasAumentar consumoAveia, legumes, verduras
Ômega 32-3g/diaPeixes, sementes de chia
AntioxidantesConsumo regularFrutas cítricas, berries
Gorduras transEvitarEliminar alimentos industrializados

Mudanças no estilo de vida

A adoção de hábitos saudáveis é fundamental para o controle do Xantelasma. Isso inclui prática regular de atividade física (mínimo 150 minutos por semana), cessação do tabagismo, controle do peso corporal e gerenciamento do estresse. Essas mudanças não apenas auxiliam no controle da condição, mas também melhoram a saúde geral.

Acompanhamento médico

O monitoramento regular da condição deve seguir um cronograma específico, adaptado às necessidades individuais do paciente:

PeríodoAvaliaçãoExames recomendados
InicialCompletaPerfil lipídico, glicemia, hormônios
3 mesesSeguimentoPerfil lipídico básico
6 mesesIntermediáriaPerfil lipídico + avaliação de lesões
AnualCompletaTodos os exames + reavaliação do tratamento

Complicações e prognóstico

Embora o Xantelasma seja uma condição benigna, suas implicações vão além do aspecto estético. O prognóstico está intimamente relacionado não apenas ao sucesso do tratamento das lesões, mas principalmente ao controle das condições metabólicas subjacentes e seus potenciais impactos cardiovasculares.

Riscos dos procedimentos

O tratamento do Xantelasma pode apresentar algumas complicações, que variam conforme a técnica utilizada:

  • Cicatrizes hipertróficas ou queloides;
  • Alterações na pigmentação da pele;
  • Ectrópio (eversão da pálpebra);
  • Assimetria palpebral;
  • Infecção local;
  • Recorrência das lesões;
  • Lesão das estruturas adjacentes.

Taxa de recorrência

O Xantelasma apresenta diferentes taxas de recorrência dependendo do método terapêutico escolhido e, principalmente, do controle das condições médicas associadas. 

Os dados clínicos demonstram uma variação significativa entre as diferentes modalidades de tratamento, com taxas que vão desde 35% até 60% de recorrência, como podemos observar na tabela a seguir:

Modalidade de tratamentoTaxa de recorrência
Cirurgia tradicional35%
Laser de CO240%
Tratamento químico45%
Crioterapia50%
Sem tratamento das condições de base60%

Impactos na saúde cardiovascular

Um estudo publicado no European Journal of Preventive Cardiology (2022) demonstrou uma associação significativa entre Xantelasma e risco cardiovascular aumentado. Os pacientes com Xantelasma apresentaram um risco 1,6 vezes maior de desenvolver doenças cardiovasculares, independentemente dos níveis de colesterol.

Essa associação ressalta a importância do Xantelasma como um possível marcador precoce de risco cardiovascular, sugerindo a necessidade de uma avaliação cardiovascular mais abrangente em pacientes que apresentam essa condição, mesmo quando os níveis lipídicos estão dentro da normalidade.

Quando procurar ajuda médica

É essencial buscar avaliação médica ao primeiro sinal de desenvolvimento de lesões amareladas nas pálpebras, não apenas pelo aspecto estético, mas principalmente para investigação de possíveis condições sistêmicas associadas.

Sinais de alerta

Os seguintes sinais indicam necessidade de avaliação médica imediata:

  • Crescimento rápido das lesões;
  • Aparecimento em idade jovem (< 40 anos);
  • Associação com sintomas sistêmicos;
  • Alterações na visão;
  • Assimetria significativa;
  • Dor ou inflamação local.

Especialistas indicados

O tratamento do Xantelasma requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo diferentes especialistas médicos para garantir um cuidado abrangente e eficaz.

A escolha do especialista inicial pode variar de acordo com a apresentação das lesões e os sintomas associados, mas frequentemente é necessário o acompanhamento por mais de um profissional para alcançar os melhores resultados no tratamento:

EspecialidadeFunção principalQuando procurar
DermatologistaAvaliação e tratamento das lesõesDiagnóstico inicial
OftalmologistaAvaliação ocular e periocularLesões próximas aos olhos
Cirurgião plásticoRemoção cirúrgicaCasos complexos
EndocrinologistaManejo metabólicoAlterações hormonais
CardiologistaAvaliação cardiovascularRisco cardíaco elevado

FAQ

Qual é o tratamento mais eficaz para Xantelasma? 

Os tratamentos mais eficazes são cirurgia, laser de CO2 e ácido tricloroacético (TCA). A escolha depende do tamanho e profundidade da lesão. A cirurgia é indicada para lesões maiores, enquanto o laser funciona melhor em casos superficiais. No entanto, todos os tratamentos têm risco de recorrência.

Posso remover Xantelasma em casa? 

Não é recomendado tentar remover Xantelasma em casa. Produtos vendidos na internet podem causar queimaduras e cicatrizes permanentes na região dos olhos. O tratamento deve ser sempre realizado por um profissional de saúde qualificado.

Quais são as principais causas do Xantelasma? 

As principais causas são colesterol alto (em 50% dos casos), predisposição genética, diabetes, problemas de tireoide e obesidade. A condição é mais comum em mulheres entre 35 e 55 anos.

É possível ter Xantelasma com colesterol normal?

Sim, aproximadamente metade dos pacientes com Xantelasma tem níveis normais de colesterol. Isso acontece porque outros fatores, como genética e inflamação local, também podem contribuir para seu desenvolvimento.

O Xantelasma tem cura? 

O Xantelasma pode ser removido, mas não tem cura definitiva. Mesmo após o tratamento, há chance de recorrência em até 60% dos casos. O controle do colesterol e das condições associadas pode ajudar a prevenir novas lesões.

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