Última atualização em 11 de outubro de 2024 por Leonardo Orpinelli
Quando você vai ler um livro ou ver as mensagens no celular, as palavras parecerem borradas? Se a resposta for positiva possivelmente você está enfrentando a hipermetropia. Este é um problema visual comum, caracterizado pela dificuldade em focar objetos próximos, enquanto os mais distantes permanecem nítidos. Em casos em que a condição se agrava, é possível que se comece a ver os objetos desfocados a qualquer distância.
O que é hipermetropia?
A hipermetropia é um erro refrativo que ocorre quando o olho é mais curto do que o normal ou quando a córnea tem uma curvatura insuficiente (achatada). Isso faz com que a luz que entra no olho seja focada atrás da retina, em vez de diretamente sobre ela.
Sintomas de Hipermetropia
Os principais sintomas da hipermetropia incluem:
- Dificuldade para enxergar de perto
- Dor de cabeça após atividades que exigem foco
- Cansaço visual
- Olhos lacrimejantes ou piscadas em excesso
- Necessidade de esfregar os olhos e vermelhidão
- Náuseas
- Tontura
Diagnóstico da Hipermetropia
Inicialmente, o paciente com os sintomas descritos acima busca um oftalmologista.
Durante a consulta, são realizados alguns exames oftalmológicos específicos. Entre eles: exames de refração e acuidade visual (que determina por meio de sequência de letras que aumentam e diminuem de tamanho quando há dificuldade de visão).
Também podem ser solicitados exames para medir a pressão ocular e de fundo de olho.
Tratamento da Hipermetropia
Resumidamente, é preciso trazer essa imagem para a retina.
A primeira opção de tratamento para hipermetropia é a correção com óculos ou lentes de contato de grau positivo (lentes côncavas).
Em pacientes resistentes ao uso de óculos ou que não conseguem usar lentes de contato, pode-se também realizar a cirurgia refrativa, visando mudar o formato da córnea. As técnicas mais indicadas para a correção desse erro refracional são LASIK e PRK. Apenas o oftalmologista deve indicar o procedimento.
Hipermetropia em crianças
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, muitas crianças podem apresentar hipermetropia, já que os seus olhos ainda estão em fase de crescimento, portanto, são menores do que o “normal”.
No entanto, elas possuem um maior poder de acomodação (focalização) do que os adultos suportando maiores graus de hipermetropia. O grau normalmente diminui conforme elas crescem.
Em alguns casos, isso pode afetar o desempenho escolar, além de causar dor de cabeça e lacrimejamento frequentemente.
Hipermetropia em idosos
Já em pessoas com idade superior à 40 anos, a hipermetropia pode se agravar com o envelhecimento, especialmente com o surgimento da presbiopia (vista cansada), uma condição onde a capacidade de focar objetos próximos também diminui.
Prevenção e Manejo da Hipermetropia
Embora a hipermetropia seja na maioria hereditária e, portanto, difícil de prevenir, alguns cuidados podem ajudar a minimizar seus impactos, como higiene visual (fazer pausas regulares durante atividades que exigem foco próximo) e manter uma alimentação rica em nutrientes que favorecem a saúde ocular.
Complicações da Hipermetropia
Quem tem hipermetropia possui maior risco de desenvolver outros problemas visuais como o estrabismo (desalinhamento dos olhos) e ambliopia em crianças, glaucoma de ângulo fechado e degeneração macular ao longo da vida.
Convivendo com a hipermetropia
Viver com hipermetropia requer adaptações simples, como usar a iluminação adequada ao ler, manter a prescrição dos óculos ou lentes em dia, e evitar esforço visual prolongado.
Além disso, é importante manter um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e atividades físicas regulares, que favorecem a saúde geral, incluindo a dos olhos.
Mitos e Fatos sobre Hipermetropia
- Mito: “A hipermetropia sempre piora com a idade.”
- Fato: A hipermetropia pode permanecer estável ao longo da vida. No entanto, os sintomas podem se tornar mais evidentes com o envelhecimento devido à presbiopia.
- Mito: “Hipermetropia é apenas um problema para idosos.”
- Fato: Hipermetropia pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo crianças. Em muitos casos, a condição é hereditária e pode estar presente desde o nascimento.
- Mito: “Todas as pessoas com hipermetropia precisam eventualmente de cirurgia.”
- Fato: Muitas pessoas com hipermetropia vivem confortavelmente com óculos ou lentes de contato. A cirurgia é uma opção, mas não é necessária para todos.
- Mito: “Hipermetropia pode ser curada com exercícios oculares.”
- Fato: Exercícios oculares podem melhorar a saúde dos olhos, mas não curam a hipermetropia. A condição requer correção com óculos, lentes de contato ou cirurgia.
- Mito: “Crianças com hipermetropia sempre mostram sintomas.”
- Fato: Muitas crianças com hipermetropia não apresentam sintomas porque seus olhos conseguem compensar o desfoque. No entanto, isso pode causar cansaço ocular e outros problemas se não for tratado.
Quando procurar um oftalmologista?
Se você ou seu filho apresentar sintomas como dificuldade em enxergar de perto, dores de cabeça frequentes ou cansaço visual, é importante procurar um oftalmologista. Diagnósticos precoces podem prevenir complicações e melhorar significativamente o conforto visual.
Conclusão
A hipermetropia é uma condição comum, mas que pode ser facilmente manejada com o diagnóstico e tratamento adequados.
Ao entender as causas, sintomas e opções de tratamento, você pode tomar medidas para garantir que sua visão permaneça clara e saudável em todas as fases da vida.
Não hesite em procurar ajuda médica ao notar qualquer mudança na sua visão – seus olhos merecem cuidado e atenção!
Referências
Hyperopia – https://eyewiki.org/Hyperopia
Farsightedness: What Is Hyperopia? – https://www.aao.org/eye-health/diseases/hyperopia-farsightedness