Os colírios para glaucoma são todos iguais?

A priori aquele colírio “branquinho e pequenino” é igual a todos que os outros que existem. Mas NÃO! Não são todos iguais. Na verdade, cada um tem suas particularidades e composições diferentes. E, apesar de todas as diferenças, posso dizer que todos eles têm a função em comum: reduzir a pressão dos olhos!

Ficou curioso?

Então, continue a leitura e saiba tudo sobre colírios para glaucoma.

O que é glaucoma?

Antes de falar dos colírios, é importante sabermos do que se trata o glaucoma. É a segunda causa de cegueira no mundo, fica atrás apenas da catarata. É uma doença que interfere no nervo óptico, estrutura responsável por levar impulsos nervosos visuais ao nosso cérebro. Esta doença está muito associada a pressão dentro do olho (PIO- pressão intraocular), mas hoje sabemos que este não é o único fator de risco envolvido. É caracterizada pela perda visual de forma progressiva e irreversível. O glaucoma não tem cura, porém, com o diagnóstico precoce e o tratamento correto, é possível controlar sua progressão e, assim, evitar a cegueira.

Vamos falar dos medicamentos que são utilizados e vamos te mostrar que eles não são todas iguais:

Mas, antes disso, é importante explicar que o olho é como se fosse um “balão de água”. Isto é, se tem pouco líquido, ele fica murcho; e, se tem muito líquido, ele fica duro. Imaginem que o líquido desse balão tem uma via de entrada (por onde é produzido) e uma via de escoamento por onde é drenado, e esse equilíbrio entre produção e escoamento determina nossa pressão dentro do olho. Se entrar muito líquido e sair pouco, a pressão aumenta, e, ao contrário, a pressão diminui.

Sabendo de tudo isso, vamos falar dos medicamentos utilizados no tratamento e controle da pressão intraocular. Descubra no próximo tópico.

? Aproveite para ler: como pingar colírio?

Colírios para glaucoma: confira 5 opções!

1- Betabloqueadores

Estes são considerados a primeira linha de tratamento, pois apresentam boa ação em reduzir a pressão intraocular e também possuem um custo baixo e acessível. O maleato de timolol 0,5% é o principal representante desse grupo. Essas drogas agem diminuindo a produção do líquido que fica dentro do nosso olho e determina a pressão do mesmo. Ele faz isso onde é produzido esse líquido. Algo muito importante a se lembrar são as contraindicações. Quem não pode usar: pacientes com asma, doença pulmonar crônica, doenças cardíacas (bradiarritmias) e alergia aos componentes do colírio.

2- Inibidores da anidrase carbônica

Essa classe pode ser administrada tanto como colírio (Dorzolamida 2% e Brinzolamida 1%), como também por via oral (Acetazolamida). Como o nome da classe diz, esses medicamentos inibem a anidrase carbônica, uma enzima que participa da formação do humor aquoso, então inibindo esse mecanismo, reduz a sua produção consequentemente abaixando a pressão dos olhos.

3- Agonistas adrenérgicos

são drogas utilizadas há muito tempo, o tartarato de Brimonidina 0,2% representa essa classe. O estimulo que ela provoca está associada a uma menor produção do humor aquoso provocando uma vasoconstrição (reduzindo o tamanho dos vasos) e reduzindo o fluxo sanguíneo.

4- Agentes colinérgicos

Foram as primeiras drogas usadas no tratamento do glaucoma. O principal representante é a Pilocarpina 1%. Ela atua no aumento do escoamento do humor aquoso, por contrair os músculos ciliares e aumentar o espaço de drenagem desse líquido.

5- Análogos de prostaglandinas

São medicamentos recentes no tratamento do glaucoma e representam a classe com maior efeito hipotensor. As drogas são: Latanoprosta 0,005%, Travoprosta 0,004% e Bimatoprosta 0,03%, elas atuam aumentando o escoamento do humor aquoso que de certa forma facilitam a passagem desse liquido. É a única classe utilizada em dose noturna uma vez ao dia. Esses medicamentos têm como efeitos colaterais o aumento dos cílios, escurecimento da pele e da íris.

No tratamento do glaucoma essas drogas podem ser utilizadas de forma isolada ou em associação. Existem laboratórios que associam uma ou mais classes de medicamentos em um só colírio, facilitando a aplicação de várias drogas em uma só gota. Pode-se fazer associação de até 4 classes diferentes de colírios. Mais do que essa quantidade, mostrou-se ineficaz em reduzir ainda mais essa pressão. Lembrando que os usos de colírios no glaucoma constituem o tratamento clínico, e, dependendo do paciente, pode ter necessidade de tratamento cirúrgico através da trabeculectomia, uma cirurgia com a intenção de reduzir a pressão nos olhos e controlar a progressão do glaucoma.

Depois de tudo isso, acredito que tenha ficado fácil de entender que, naqueles “frasquinhos branquinhos” de colírios, existem medicamentos diferentes, e cada um com suas indicações e contraindicações. Por isso, é importante reconhecer que colírio também é medicamento e deve ser aplicado de acordo com indicação e recomendação médica. Por isso, nós da Eyecare temos uma equipe de oftalmologistas preparada para cuidar dos seus olhos, e, se for o caso, cuidar e acompanhar o glaucoma da melhor forma. Entre em contato!