Última atualização em 14 de fevereiro de 2024 por
O retinoblastoma é uma doença rara e pouco conhecida, faz parte dos cânceres infantis correspondendo a 3% dos cânceres nessa faixa etária, acomete cerca de 400 crianças por ano no Brasil. Por afetar crianças muito novas (entre 1-2 anos de idade) seu diagnóstico é muito difícil, visto que esses pacientes ainda não conseguem expressar o que estão sentido e por isso não irão se queixar dos sintomas. Por isso conhecer a doença e reconhecer os sinais precocemente é de extrema importância para a sociedade como um todo, afinal ter essa informação é salvar vidas. Então vamos conhecer mais sobre?
O que é retinoblastoma?
O retinoblastoma é o câncer ocular mais comum em crianças, como já foi dito ele representa 3% de todos os canceres dessa faixa etária. A forma mais comum dessa doença é a esporárica, isso significa que por algum motivo, uma célula presente na retina sofre uma mutação espontânea e começa a se proliferar descontroladamente, formando mais células “mutantes” que também irão se multiplicar e irão formar um tumor na retina, essa forma afeta crianças com mais de 1 ano.
Vamos só recordar? A retina é uma estrutura ocular muito nobre, que fica no fundo dos nossos olhos, ela é composta por várias camadas responsáveis por levar impulsos nervosos visuais para o nosso cérebro, traduzindo, é a estrutura responsável pela nossa visão!
Existe também a forma hereditária dessa doença, onde a criança já nasce com uma mutação de um gene supressor tumor, ou seja, um gene que impede a formação de células mutantes, esse gene chama-se RB1, e se ele estiver deficiente, células mutantes se formam e geram o tumor. Por ter essa característica hereditária geralmente é herdada de um dos pais, embora possa ser uma mutação nova que esse paciente irá transmitir para seus descendentes, essa forma acomete crianças menores, com menos de um ano.
Essa doença pode afetar um ou os dois olhos. A forma unilateral é a mais comum, representando 60-70% dos casos, e geralmente é esporádico. Já a forma bilateral quase sempre é hereditária, diagnosticada em bebês, antes de 1 ano.
Quais os sintomas do retinoblastoma?
Os primeiros sintomas que costumam aparecer são: Fotofobia (intolerância a luminosidade), Estrabismo (olho torto), Heterocromia (Diferença na cor entre os dois olhos), Baixa acuidade visual (em um ou nos dois olhos), Vermelhidão ou sangramento ocular. O sinal mais comum encontrado chamamos de leucocoria, sinal onde o reflexo pupilar se torna branco, é possível observar esse sinal ao apontar uma luz nos olhos do paciente ou até através de fotos tiradas com flash. Em fases mais avançadas, com o crescimento do tumor ocular, os pacientes podem ter: dor de cabeça, dor nos olhos, assimetria entre um olho e outro, e até proptose (quando o olho “pula para fora” da órbita).
Lembre-se que estamos falando em crianças muito novas, bebês que não irão se queixar desses sintomas. Por isso a extrema importância da disseminação desse conhecimento, pois muitas vezes são os próprios pais que reconhecem os sinais e procuram assistência oftalmológica.
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Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito exclusivamente pelo médico oftalmologista, através do exame de fundo de olho. Por esse motivo, toda e qualquer criança deve ir ao oftalmologista para avaliação antes de 1 ano de idade. E quanto antes for realizado, maior a probabilidade de cura e manutenção da visão dessas crianças. Lembrando que quando o bebê nasce, antes da alta hospitalar deve ser realizado o teste do olhinho, que é um teste de rastreamento que identifica alterações no reflexo vermelho retiniano, e com isso rastreia doenças oculares antes mesmo do bebê sair da maternidade, em caso de qualquer alteração essa criança deve ser encaminhada para o oftalmologista.
Como é feito o tratamento?
Felizmente o retinoblastoma tem cura em 90% dos casos! Principalmente se o tumor for diagnosticado precocemente em estágios iniciais. O objetivo do tratamento é eliminar o tumor, preservando a visão e o olho desses pacientes, além de evitar recidiva do tumor. A depender o estágio do tumor é possível realizar: laserterapia, crioterapia (terapia que literalmente congela o tumor, fazendo com que ele morra), quimioterapia e radioterapia. Em casos avançados, em tumores muitos grandes ou que não responderam aos tratamentos citados a acima, é necessária abordagem cirúrgica para retirada do globo ocular.
Então é isso, espero que após a leitura desse texto esse conhecimento seja disseminado e mais e mais pessoas tenham acesso a essas informações. Informação salva vidas! E nós da Eyecare temos a missão em disseminar conhecimento e cuidar da saúde ocular desde os primeiros momentos da vida dos nossos pacientes, preservando a visão e o bem estar sempre.