Última atualização em 22 de maio de 2024 por
Os tumores oculares são condições médicas que afetam diversas estruturas do olho e da região periorbital.
Embora relativamente incomuns, esses tumores podem ter um impacto significativo na visão e na qualidade de vida dos pacientes.
Neste artigo, discutiremos os três principais tipos de tumores oculares, incluindo sua etiologia, métodos de diagnóstico e opções de tratamento.
Nosso objetivo é fornecer informações relevantes e acessíveis aos pacientes, ajudando-os a compreender melhor essas condições e os cuidados necessários.
O que você vai ler aqui
Melanoma Uveal
Etiologia
O melanoma uveal é um tipo de câncer que se desenvolve nas células pigmentadas da úvea, a camada vascular do olho.
O melanoma de coróide é o tumor maligno de origem intra-ocular mais comum em adultos.
A maioria dos melanomas uveais é diagnosticada depois dos 50 anos, e é mais frequente em homens.
Os principais fatores de risco são pele clara , cabelo louro e íris azul.
A causa exata desse tipo de tumor ainda não é completamente compreendida, mas fatores como predisposição genética e exposição à radiação ultravioleta podem desempenhar um papel importante em seu desenvolvimento.
Diagnóstico
O diagnóstico do melanoma uveal geralmente envolve exames oftalmológicos detalhados, como a oftalmoscopia e a ultrassonografia ocular.
Alterações na visão, manchas escuras no olho e outros sintomas oculares podem alertar o oftalmologista para a possibilidade desse tipo de tumor.
Tratamento
As opções de tratamento para o melanoma uveal variam conforme o tamanho e a localização do tumor.
Elas podem incluir terapias como a braquiterapia, a radioterapia plaquetária, a remoção cirúrgica do tumor ou até mesmo a enucleação (remoção do olho).
O oftalmologista especializado em oncologia ocular trabalhará em conjunto com outros profissionais de saúde para determinar o melhor plano de tratamento para cada paciente.
Retinoblastoma
Etiologia
O retinoblastoma é um tumor maligno que se desenvolve nas células da retina, a camada sensível à luz na parte de trás do olho.
Ele é mais comum em crianças pequenas e pode afetar um ou ambos os olhos.
Mutação genética é um fator importante na etiologia do retinoblastoma, e em alguns casos, pode ser hereditário.
Diagnóstico
O retinoblastoma é frequentemente diagnosticado durante exames oftalmológicos de rotina em crianças.
Sintomas como reflexo branco nos olhos, estrabismo e diminuição da visão podem indicar a presença do tumor.
Exames de imagem, como a ultrassonografia ocular e a tomografia computadorizada, são utilizados para confirmar o diagnóstico.
Tratamento
O manejo do retinoblastoma permanece complexo, exigindo tratamento individualizado com base no estadiamento da Classificação Internacional de Retinoblastoma (ICRB), no status da mutação, nos fatores psicossociais, familiares e nas crenças culturais, além dos recursos institucionais disponíveis.
O tratamento do retinoblastoma ainda depende do tamanho e da localização do tumor, bem como da extensão da doença.
As opções de tratamento podem incluir quimioterapia intra-arterial, radioterapia, crioterapia, laserterapia ou mesmo a enucleação em casos avançados.
O oftalmologista pediátrico especializado em oncologia ocular trabalhará em conjunto com uma equipe multidisciplinar para desenvolver o melhor plano de tratamento para cada criança.
Linfoma intraocular
Etiologia
O linfoma intraocular é um subtipo do linfoma não-Hodgkin (LNH) que pode se desenvolver na própria região do olho ou ser uma evolução da doença que se infiltrou no local.
Embora seja raro, é importante entender suas características e abordar os aspectos relacionados à etiologia, diagnóstico e tratamento.
Os fatores de risco, até o momento, não se identificaram fatores de risco específicos para o linfoma intraocular.
No entanto, adultos e idosos apresentam maior chance de desenvolver esse câncer.
Os sintomas do linfoma intraocular estão relacionados à região afetada e podem incluir:
- Alterações Visuais: Visão embaçada ou perda de visão.
- Pressão no Olho: Sensação de pressão ocular.
- Sensibilidade à Luz: Fotofobia.
- Vermelhidão ou Inchaço Local.
Normalmente, o oftalmologista é quem percebe esses sintomas, pois são locais e relacionados ao crescimento do tumor na região ocular.
Diagnóstico
O diagnóstico do linfoma intraocular envolve:
- Exame Oftalmológico: O oftalmologista avalia a saúde ocular, identificando possíveis alterações.
- Biópsia: Coleta de amostra do tecido ocular para análise laboratorial.
- Exames de Imagem: Ressonância magnética ou tomografia computadorizada para visualizar o tumor.
Tratamento
O tratamento para linfoma intraocular pode variar dependendo do tipo específico de linfoma, da extensão da doença e das necessidades individuais de cada paciente.
Geralmente, o tratamento pode incluir uma combinação de terapias, tais como quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Além desses, existe a terapia dirigida, onde a forma de tratamento utiliza medicamentos específicos que visam proteínas ou moléculas específicas nas células cancerosas, bloqueando seu crescimento e proliferação.
A imunoterapia também pode ser uma opção de tratamento para alguns pacientes com linfoma intraocular.
Esta terapia utiliza o sistema imunológico do próprio corpo para combater as células cancerosas.
A observação ativa, na qual o paciente é monitorado regularmente para detectar quaisquer mudanças no tumor, pode ser recomendada em alguns casos, especialmente em linfomas de baixo grau ou em pacientes com condições médicas subjacentes.
O tratamento ativo pode ser adiado até que seja necessário.
É importante ressaltar que o tratamento para linfoma intraocular deve ser personalizado para atender às necessidades individuais de cada paciente e ser coordenado por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, incluindo oncologistas e oftalmologistas, além de outros especialistas conforme a necessidade.
Conclusão
Os tumores oculares representam uma variedade de condições médicas que podem afetar a visão e a saúde ocular.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para otimizar os resultados e preservar a visão dos pacientes.
Ao buscar cuidados oftalmológicos especializados e seguir as orientações de tratamento recomendadas, os pacientes podem enfrentar essas condições com maior confiança e esperança.
A conscientização sobre os tumores oculares e suas opções de tratamento é essencial para garantir o melhor prognóstico possível e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por essas condições.
Referências
Margo CE. The Collaborative Ocular Melanoma Study: an overview. Cancer Control. 2004 Sep-Oct;11(5):304-9. doi: 10.1177/107327480401100504. PMID: 15377989.
Ancona-Lezama D, Dalvin LA, Shields CL. Modern treatment of retinoblastoma: A 2020 review. Indian J Ophthalmol. 2020 Nov;68(11):2356-2365. doi: 10.4103/ijo.IJO_721_20. PMID: 33120616; PMCID: PMC7774148.
ARUN D.. SINGH; BERTIL E.. DAMATO; PE’ER, Jacob. Clinical ophthalmic oncology. Saunders Elsevier, 2007.
Link de vídeos
Dr Felipe Ades – O que é melanoma uveal?
O RETINOBLASTOMA: O QUE É? SINTOMAS E TRATAMENTO
Linfoma ocular – Linfoma de sistema nervoso central e retina