Última atualização em 14 de fevereiro de 2024 por
O laser micropulso tem sido alvo de atenção dos oftalmologistas e seus pacientes devido a ser um procedimento recentemente desenvolvido e que apresenta-se como uma alternativa no manejo de pacientes com glaucoma. Aqui responderemos às dúvidas mais frequentes sobre esse laser.
O que é o laser micropulso?
O laser diodo micropulso transescleral, ou também chamado de laser sublimial (dependendo da empresa produtora) é uma modalidade que vem ganhando espaço no manejo do glaucoma.
De acordo com estudos recentes, o micropulso tem eficácia semelhante à ciclofotocoagulação transescleral (procedimento ciclodestrutivo também com laser diodo), porém com menos dano térmico e, portanto, maior segurança.
Ao contrário do laser de ciclofotocoagulação transescleral que emite ondas contínuas, a tecnologia do micropulso emite radiações com pulsos pequenos e repetitivos de 810 nanômetros de comprimento de onda, com períodos de laser ativo (“time on”) separados por períodos de descanso e resfriamento (“time off”), com mínimo dano aos tecidos adjacentes.
Quais as indicações desse laser?
– Glaucomas refratários, mantendo pressão intraocular (PIO) fora do alvo, mesmo após uso de todas as medicações hipotensoras e após cirurgias antiglaucomatosas.
– Alto risco para cirurgias antiglaucomatosas.
– Olhos cego dolorosos.
– Paciente que se recusa a submeter-se a cirurgias.
Qual a taxa de sucesso desse procedimento?
A taxa de sucesso varia entre 60 a 80%.
Fatores que aumentam a taxa de sucesso:
– Cirurgias antiglaucomatosas prévias
– Tipo do glaucoma: sabe-se que o glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA) responde melhor ao micropulso. Os glaucomas secundários (como o glaucoma neovascular) têm maior taxa de retratamento.
Qual a redução da pressão intraocular (pio) alcançada?
– Redução da PIO de 30 a 45% entre 6 e 12 meses.
– Pode-se repetir o laser se for necessário (se falhar ou se a redução for insuficiente).
Possíveis complicações desse laser?
– Perda de acuidade visual maior ou igual a 2 linhas da tabela de snellen: 16-25%
– Midríase: 1.6 – 15%
– Edema macular cistóide: 2 -6.7
– Outras raras complicações: hemorragia coroidal, hemorragia vítrea, inflamação de segmento anterior exuberante, hifema.
Conclusão
O laser diodo micropulso é uma modalidade recente no tratamento do glaucoma, e aparece como uma boa opção nos casos de glaucoma refratários a colírios e cirurgias antiglaucomatosas. Apresenta boa taxa de sucesso com poucas complicações. É considerado de eficácia semelhante, porém mais seguro que a ciclofotocoagulação transescleral (procedimentos ciclodestrutivos).
Referências:
Souissi S, Le Mer Y, Metge F, Portmann A, Baudouin C, Labbé A, Hamard P. An update on continuous-wave cyclophotocoagulation (CW-CPC) and micropulse transscleral laser treatment (MP-TLT) for adult and paediatric refractory glaucoma. Acta Ophthalmol. 2021 Aug;99(5):e621-e653. doi: 10.1111/aos.14661. Epub 2020 Nov 22. PMID: 33222409.