Última atualização em 10 de fevereiro de 2024 por
Você já ouviu falar ou conhece alguém que teve hordéolo nos olhos? Essa alteração é conhecida popularmente como terçol, aquela “bolinha” inflamada, que muitas vezes causa dor nas pálpebras, podendo inclusive acumular secreção e pus. Você sabe por que acontece? Aqui vamos te explicar tudo que você deve saber sobre essa condição e alguns hábitos que devem ser tomados para evitar o aparecimento dessas bolinhas… Vamos lá?
O que é hordéolo?
Hordéolo, ou terçol, é uma lesão que se apresenta nas pálpebras (superiores ou inferiores) em forma de nodulação; nada mais é que um mini-abcesso, ou seja, uma estrutura semelhante a uma “bolsinha” que acumula secreção (pus), e por isso ela inflama e pode causar dor e incômodo nos olhos. Certo, já sabemos o que é, agora o questionamento: por que ele se forma? Ele se forma devido à obstrução das glândulas presentes nas pálpebras. Uma delas são as chamadas glândulas de Meibomius, encontradas na parte posterior, interna das pálpebras, e que produzem gordura (sebo), fator importante para a saúde da nossa lágrima e lubrificação da superfície ocular. Na parte anterior, externa das pálpebras, bem próximo aos cílios, encontramos ainda as chamadas glândulas de Zeiss e de Moll, as quais também secretam componentes importantes para o nosso filme lacrimal. Porém, por algum motivo, há obstrução na saída destas glândulas, acumulando conteúdo dentro, e levando consequentemente à inflamação e tudo o que já comentamos aqui.
O que causa obstrução das glândulas?
Existem alguns fatores de risco para que ocorra a obstrução das estruturas citadas, sendo o principal a inflamação, em geral crônica, nas pálpebras e cílios, à qual denominamos blefarite. Esta pode ser anterior, quando acomete a pele palpebral e os cílios, ou posterior, quando afeta predominantemente as glândulas de Meimobius. A blefarite anterior ainda é dividida em seborreica – marcada por excesso de oleosidade, geralmente associada a dermatite seborreica e rosácea –, e estafilocócica – relacionada ao Staphylococcus aureus, uma bactéria que está presente normalmente em nossa pele, cuja proliferação desordenada pode nos causar problemas..
Quais são os sintomas do hordéolo?
- Vermelhidão da pálpebra;
- Nódulo doloroso, o qual pode ter um ponto de drenagem ou já estar com saída de secreção purulenta (pus);
- Lacrimejamento;
- Fotofobia;
- Coçeira;
- Sensação de corpo estranho.
Essa lesão pode ser externa, ou seja, visível por fora da pálpebra quando acomete as glândulas de Zeiss ou de Moll; ou interna quando acomete as glândulas de Meibomius, sendo observada com mais detalhes ao se everter a pálpebra.
O hordéolo pode afetar a visão? Sim, caso cresça a ponto de cobrir o eixo visual.
Vale lembrar que, apesar do exuberante quadro clínico, o hordéolo não é uma doença contagiosa, diferente do que muitas pessoas pensam, além de ser muitas vezes autolimitado, ou seja, se resolve sozinho.
Como tratar o hordéolo?
Como já foi dito, o hordéolo costuma desaparecer sem tratamento na maioria das vezes, drenando de forma espontânea. Uma medida muito importante no tratamento desta lesão é a compressa morna com gaze e soro fisiológico, cujo objetivo é “amolecer” o conteúdo interno do hordéolo facilitando a sua drenagem. Fazer massagem na região, após a compressa, auxilia na tentativa de se drenar o conteúdo da lesão. Seu oftalmologista poderá ainda prescrever pomada oftálmica de antibiótico na zona afetada, a fim de se matar as bactérias que estão se proliferando junto à lesão, somado ao corticóide tópico para melhorar a inflamação.
No hordéolo interno, ou em lesões muito grandes, por vezes se faz necessária a utilização de antibióticos orais para impedir a progressão da doença. E em alguns casos específicos, podemos realizar uma pequena intervenção cirúrgica para facilitar a sua drenagem.
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Como prevenir o hordéolo?
Sim! Existe prevenção. Lembra que falamos lá no início que o terçol é causado pela obstrução de glândulas que ficam nas pálpebras? Então, a melhor forma de prevenir o hordéolo, é prevenir o entupimento destas glândulas. Fazemos isso através da higiene palpebral diária, com shampoo neutro diluído, utilizado para limpar bem os cílios tanto da oleosidade produzida pelo próprio tipo de pele do paciente, quanto da sujeira e impurezas do meio ambiente. Em mulheres devemos reforçar a necessidade de higienização dos cílios e remoção da maquiagem no período noturno. Caso não haja melhora com essas medidas, é importante reavaliação para eventual prescrição de medicações específicas que diminuam a oleosidade da pele. Outro ponto também muito importante é a lavagem constante das mãos, para se evitar a contaminação das pálpebras com bactérias e impurezas.
Quando falamos de hordéolo, não podemos deixar de citar outra lesão muito associada que é o calázio, o qual nada mais é que a cicatrização e fibrose de um hordéolo que não se encontra mais inflamado, adquirindo uma cápsula tecidual bem definida. Ele se demonstra como uma “bolinha” de consistência fibroelástica e móvel que surge na pálpebra, principalmente após um episódio de hordéolo, e que costuma não doer mais, porém pode incomodar esteticamente o paciente, ou ainda gerar prejuízo funcional à pálpebra, dependendo do seu tamanho. O calázio também pode se resolver espontaneamente, porém em alguns casos pode ser necessária cirurgia para retirada da lesão.
Pronto, finalizamos aqui tudo que você precisa saber sobre hordéolo, terçol ou até “terçolho”, como preferir. Se você se identificou com algum sintoma descrito neste texto é importante buscar um oftalmologista para tratar do seu problema. Nós da Eyecare temos uma equipe muito qualificada para te atender, entre em contato!