Tremores nas pálpebras: quando devo me preocupar?

Você, que está lendo este texto agora, certamente já vivenciou momentos de estresse emocional durante sua vida ou no exercício de sua profissão. Afinal, tais reações são completamente comuns no contexto em que vivemos – cada dia com mais responsabilidade a serem realizadas e com menos tempo para tal. Viver sob pressão intensa e constante, algo ainda tão “romantizado” por alguns, pode trazer danos sérios para a saúde humana, tanto física quanto mental.

Nosso organismo reage ao estresse de diversas maneiras, assim nos avisando
que estamos trabalhando demais, sobrecarregados demais e que precisamos desacelerar um pouco. Uma destas formas de alerta é bem conhecida e se manifesta pelos olhos – a ela a medicina se refere como “mioquimia palpebral”.

Ficou curioso?

Neste artigo, você confere tudo sobre tremores nas pálpebras: o que é, sintomas, tratamentos e mais!

Continue a leitura e tire suas dúvidas!

Mas o que exatamente é a mioquimia palpebral?

A mioquimia nada mais é do que uma contração rápida, discreta, involuntária e constante de algum músculo. Dentre os músculos da face, a mioquimia é mais comum em um músculo que fica localizado ao redor do olho e que serve para fechar as pálpebras. A mioquimia do músculo orbicular que recebe o nome de “mioquimia palpebral”. As contrações em geral duram de segundos a poucos dias, mas alguns casos podem se prolongar até se tornarem mais sérios e crônicos – isso pode ocorrer especialmente em mulheres e em locais com climas frios.

E por qual motivo estes espasmos tão incômodos ocorrem?

A causa da mioquimia palpebral ainda não é totalmente compreendida, mas sabemos que o estresse, a ansiedade, a falta de sono, exercícios físicos intensos e consumo de cigarro, álcool e cafeína podem provocar as contrações. E aí, você se identifica com algum destes fatores de risco? Provavelmente você convive ou ao menos já conviveu com algum deles, pois são bastante comuns e fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas. Ótimo, agora já sei por qual motivo minha pálpebra está tremendo!

Tremores nas pálpebras é considerada mioquimia palpebral?

É claro que não! É importante compreender que há outras condições de saúde que podem causar sintomas parecidos, porém de forma mais incômoda. Dentre estes, dois recebem destaque dentro da medicina: o blefaroespasmo essencial e o espasmo hemifacial.

Conhecendo o blefaroespasmo essencial

O blefaroespasmo essencial é uma condição benigna, mas bastante problemática, que é mais comum em mulheres na sexta década de vida e se caracteriza por espasmos involuntários do músculo orbicular e outros músculos da face. É uma condição que atinge os dois lados da face – direito e esquerdo.

Em alguns casos, os espasmos são tão intensos que podem inclusive prejudicar a visão – o paciente, apesar de enxergar bem na maior parte do tempo, tem a visão prejudicada durante os espasmos, o que recebe o nome de “cegueira funcional”.

Nestes casos, há prejuízo importante das atividades cotidianas, como dirigir, trabalhar, estudar, dentre outros. O estresse e a luz intensa podem trazer mais sintomas, enquanto o relaxamento e o ato de falar ou cantar podem aliviá-los. Uma característica importante é que estes espasmos não ocorrem durante o sono, diferentemente dos espasmos do hemiespasmo facial.

E o hemiespasmo facial, do que se trata?

O hemiespasmo facial também é uma condição mais comum em mulheres, principalmente na quinta e sexta décadas de vida, mas atinge apenas um lado da face e seus sintomas ocorrem mesmo durante o sono.

O espasmo começa no músculo orbicular e depois se propaga para outros músculos da face, mas sempre de um mesmo lado, sem passar para o outro. Assim como o blefaroespasmo essencial, o hemiespasmo facial pode até mesmo prejudicar a visão.

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Quando devo procurar o oftalmologista nestes casos?

A avaliação cuidadosa dos tremores das pálpebras pelo oftalmologista permite o diagnóstico e o tratamento de forma adequada para cada paciente.

A mioquimia palpebral, por exemplo, não costuma causar maiores problemas para a saúde e geralmente se resolve de forma espontânea em curto período de tempo, ou seja, não precisa de nenhum tratamento além do acompanhamento, das orientações ao paciente e da eliminação dos fatores de risco – por exemplo, melhorar a qualidade do sono e reduzir o consumo de café.

Já o blefaroespasmo essencial e o hemiespasmo facial podem necessitar de tratamentos específicos, pois são condições que podem inclusive prejudicar a visão. Desta forma, é essencial que uma aparente “mioquimia palpebral”, caso se torne persistente ou incômoda demais, seja sempre avaliada por um médico oftalmologista!