Astigmatismo: o que é e como isso afeta meu trabalho?

Sabemos que enxergar bem é fundamental para a execução de quase todas as nossas habilidades diárias. Em um momento global em que o tempo de exposição às telas está cada vez maior, uma boa qualidade da nossa visão tem se tornado algo necessário para a realização das nossas atividades. Nesse contexto, um dos problemas oculares mais identificados nas consultas oftalmológicas é o astigmatismo. Mais especificamente, o astigmatismo é responsável por cerca de 13% de todos os erros refrativos do olho humano. Além disso, em conjunto com a miopia e a hipermetropia, elas representam a principal causa de disfunção visual reversível.

Mas, afinal, o que é o astigmatismo?

Para compreender o que é astigmatismo, precisamos entender um pouco sobre a anatomia do olho. O nosso olho possui um tecido curvo transparente em sua parte anterior que chamamos de córnea. Através da córnea, os raios de luz atravessam o globo ocular e chegam à retina, responsável por levar a informação do mundo externo ao nosso cérebro. Quando, por algum motivo, o tecido corneano não apresenta a sua curvatura de maneira uniforme, os raios de luz que ultrapassam esse tecido chegam em diferentes locais da retina, quando normalmente deveriam se concentrar em único ponto.
Esse estado em que o poder refrativo da córnea não é uniforme denominamos astigmatismo. Sua presença, mesmo em graus pequenos, pode provocar sintomas indesejáveis para as pessoas que o possuem.

E como eu posso desconfiar que tenho astigmatismo?

Os principais sintomas relatados pelos pacientes que possuem astigmatismo são os seguintes:

  • Visão embaçada ou distorcida;
  • Desconforto ocular;
  • Dores de cabeça;
  • Dificuldade em enxergar em ambientes escuros;
  • Necessidade de apertar os olhos para ver melhor;

Como dito, o astigmatismo acaba projetando na retina imagens em diferentes pontos, quando deveria focar em um único ponto. Com isso, o cérebro forma imagens borradas e embaçadas, independente da distância do objeto que estamos analisando. Na tentativa de melhorar a imagem que estamos observando, passamos a ter desconforto ocular, apertamos os olhos para tentar diminuir a quantidade de raios de luz que passam de maneira distorcida através da córnea e esse esforço constante pode trazer outros sintomas desagradáveis, como a dor de cabeça, afetando diretamente nossas atividades diárias, incluindo as relacionadas ao nosso trabalho. Isso implica em queda da produtividade, maior número de pausas no trabalho e até mesmo queda da produtividade pelos sintomas que podem ser gerados.

Aproveite para ler: Como melhorar a visão? Checklist Fácil com 12 passos

E por que eu deveria me preocupar em saber se tenho astigmatismo?

Em um estudo clássico realizado por Fledelius e Stubgaard, em uma população de pessoas de 5 a 80 anos, foi notada a presença de pelo menos meio grau (0,5 dioptrias) de astigmatismo em 46% de toda a população. Sabemos que pequenos graus de astigmatismo, como 0,5 dioptrias, já são suficientes para gerar os sintomas mencionados anteriormente.

Agora, imagine que você tenha meio grau de astigmatismo e necessite utilizar o computador durante 8 horas por dia; ou que necessite participar de inúmeras reuniões ao longo de sua jornada de trabalho; ou que necessite atentar para os detalhes de um objeto que está produzindo. Praticamente todas as atividades, para uma pessoa que possui astigmatismo, tornam-se cansativas para os olhos, uma vez que o problema permanece independente da distância que a pessoa está em relação ao objeto observado. Portanto, não é difícil prever que parte dos sintomas de cansaço visual relatados no trabalho possam ser provenientes desse erro refrativo.

E como faço para descobrir se tenho astigmatismo?

Os erros refrativos, incluindo o astigmatismo, são facilmente diagnosticados por profissionais oftalmologistas. Óculos de grau ou lentes de contato podem resolver a maior parte dos casos de astigmatismo, mas muitas pessoas possuem suas prescrições vencidas ou mesmo vivem sem saber que possuem esse problema. Dessa maneira, muitos indivíduos permanecem com os sintomas de visão embaçada, mas acreditam não ser devido a tais erros de refração, apenas por já estarem utilizando algum óculos, quando, na verdade, estes estão desatualizados. Outros, sequer sabem que estão enxergando mal, porque nunca passaram por um atendimento oftalmológico.

Nosso cuidado com você:

Acreditamos que é fundamental um acompanhamento anual regular com um médico oftalmologista para a identificação de problemas refrativos, incluindo o astigmatismo, melhorando não só a sua qualidade de visão, mas contribuindo consideravelmente para uma melhor produtividade no ambiente de trabalho e nas suas atividades diárias.

Se você possui astigmatismo ou outro erro de refração, temos duas sugestões para você:

1 – Siga a regra 20-20-20; A cada 20 minutos de tela, tente olhar durante 20 segundos para um objeto a 20 pés (6 metros). Intervalos regulares frequentes podem ser mais efetivos, compensando o tempo perdido devido a um único intervalo maior.

2 – Procure um oftalmologista e corrija erros de refração com óculos, lentes de contato ou até mesmo cirurgia para alterar a forma da córnea e restaurar o foco.

E você? Sabe se possui astigmatismo? Comente conosco qual o seu grau ou se você já sentiu algum dos sintomas acima relacionados a este problema!