Pálpebra caída (Ptose Palpebral): o que é, causas e tratamentos

Ptose
Sumário

Você tem ou já se deparou alguma vez com pessoas que têm as pálpebras caídas? Alguma vez se perguntou o que causa o olhar com aspecto cansado?

A ptose é uma das causas mais frequentes de queixas estéticas oculares dos pacientes, mas que também pode ter impactos diretos na visão. Entender as causas nos direciona para a melhor programação de tratamento, que é, muitas vezes, cirúrgico.

O que são pálpebras caídas?

A ptose palpebral ou blefaroptose, popularmente conhecida como pálpebra caída, é um problema que afeta grande parte da população causando problemas tanto estéticos quanto de perda visual.

Nessa condição a pálpebra superior encontra-se em posição mais baixa que o normal, podendo obstruir o eixo visual e interferir diretamente nas atividades diárias como ler e dirigir. Além disso, pode ser causa de perda visual irreversível em crianças se não tratada.

Causas das pálpebras caídas

As causas de ptose são variáveis e determiná-las é importante para o tipo e urgência do tratamento. 

1- Relacionada a idade

A ptose relacionada à idade (ou aponeurótica) é a causa mais comum de ptose adquirida, sendo responsável por 60% dos casos. Ela acontece por alterações naturais do funcionamento dos músculos e estruturas que participam na elevação da pálpebra.

2- Traumas

Traumas diretos, cirurgias, fórceps ou mesmo a manipulação dos olhos são causas de ptose traumática. Isso decorre de lesões musculares diretas, danos à inervação e ao suprimento de nutrientes pelos vasos sanguíneos.

3- Mecânicas

Neste tópico, até mesmo o uso excessivo de lentes de contato e o simples fato de coçar os olhos podem ocasionar ptose. Além disso, temos ainda o excesso de peso e massas tumorais como causas mecânicas para o caimento da palpebral. 

4- Dermatocálase

Apesar de não ser uma ptose verdadeira, devemos saber reconhecer a dermatocálase, o excesso de pele na pálpebra. Essa é uma causa de pseudoptose, isto é, uma falsa sensação de que a pálpebra superior está caída em função do excesso de pele que se acumula acima da pálpebra superior.

5- Neurogênica

Uma das causas mais incomuns, porém que deve ser descartada para ter certeza de que não estamos de frente a uma paralisia de nervos cranianos ou descompensações de doenças sistêmicas como Diabetes e Hipertensão Arterial.

É causada por uma disfunção das terminações nervosas responsáveis pela movimentação e sustentação das pálpebras. Também pode ser causada por miastenia gravis, esclerose múltipla, intoxicações, dentre outras causas.

6- Congênita

As crianças podem nascer com a pálpebra mais baixa ou manifestar essa condição no primeiro ano de vida. Em ¾ dos casos, ela afeta apenas um dos olhos. Pode ser de causa indeterminada ou ainda relacionada aos outros tipos descritos anteriormente. Esse problema pode influenciar diretamente o desenvolvimento visual caso não seja avaliado e corrigido por um especialista a tempo.

Tratamento

O tratamento da ptose depende do diagnóstico correto de suas causas. Na maioria das vezes o tratamento é cirúrgico. Para determinar a técnica cirúrgica avaliamos o grau de ptose, função muscular e anatomia das pálpebras.

Também é importante entender com o paciente suas queixas, funcionais ou estéticas, e esclarecer dúvidas. Algumas causas, como a miastenia gravis, podem ter melhora significante do quadro com o tratamento clínico da doença de base do paciente. 

Conclusão

Ptose palpebral é um problema que afeta muitas pessoas e pode ocorrer em qualquer idade. As mais variadas causas podem levar a essa condição e o diagnóstico é importante para a programação do tratamento. Para uma melhor avaliação consulte seu oftalmologista!

Referências:

1. Avdagic, Ema, and Paul O Phelps. “Eyelid ptosis (Blepharoptosis) for the primary care practitioner.” Disease-a-month : DM vol. 66,10 (2020): 101040. doi:10.1016/j.disamonth.2020.101040

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3. Lim, J. M., Hou, J. H., Singa, R. M., Aakalu, V. K., & Setabutr, P. (2013). Relative incidence of blepharoptosis subtypes in an oculoplastics practice at a tertiary care center. Orbit (Amsterdam, Netherlands), 32(4), 231–234. https://doi.org/10.3109/01676830.2013.788673

4. Wu, Xusheng et al. “Amblyopia and Refractive Status in Congenital Ptosis: The Effect and Timing of Surgical Correction.” Annals of plastic surgery vol. 87,1 (2021): 49-53. doi:10.1097/SAP.0000000000002677

5. Finsterer J. Ptosis: causes, presentation, and management. Aesthetic Plast Surg. 2003 May-Jun;27(3):193-204. doi: 10.1007/s00266-003-0127-5. Epub 2003 Aug 21. PMID: 12925861.

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