A ergonomia no trabalho é uma série de regras e procedimentos que analisa a organização do ambiente e as interações entre os funcionários, as máquinas e equipamentos. Sua proposta é diminuir riscos para que os times desenvolvam suas atividades com segurança.
Empresas que ignoram esse procedimento observam com mais frequência Lesões por esforço repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), além de fadiga visual e física, estresse entre os colaboradores e lesões por queda.
Além disso, estudos mostram que cuidar da saúde e qualidade de vida dos trabalhadores não é um diferencial competitivo, mas sim uma necessidade.
Para se ter uma ideia, nos últimos dez anos (2012-2021), foram registradas 22.954 mortes no mercado de trabalho formal no Brasil.
E, somente em 2021, os funcionários comunicaram 571,8 mil acidentes e 2.487 óbitos relacionados ao trabalho, com um crescimento de 30% em comparação a 2020.
É o que aponta o estudo do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, desenvolvido e mantido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no âmbito da Iniciativa SmartLab de Trabalho Decente.
E, diante deste cenário, este artigo torna-se obrigatório para quem deseja manter a saúde dos seus colaboradores em dia.
Vamos lá!
O que é ergonomia no trabalho?
A ergonomia no trabalho é o ramo que estuda e cria normas que buscam oferecer aos colaboradores um espaço que se adequa às suas necessidades físicas, emocionais e mentais, diminuindo o contato dos funcionários a riscos ergonômicos.
Para isso, é preciso que os ergonomistas compreendam o perfil do time e as condições de trabalho a que são submetidos no dia a dia. Assim, os colaboradores melhoram seu desempenho e, concomitantemente, cuidam da sua saúde mental e física.
Exemplos de ergonomia no trabalho
A ergonomia física é uma das modalidades mais aplicadas nas empresas, uma vez que ela avalia a segurança e saúde do funcionário, movimentos repetitivos e adequações aos postos de trabalho.
Já a ergonomia cognitiva, foca na preservação da saúde mental e de que maneira as atividades do dia a dia geram estresse contínuo dos funcionários.
A ergonomia organizacional, por sua vez, estimula adaptações aos elementos culturais, clima organizacional, metas e cobranças, com o intuito de evitar sobrecarga de trabalho e garantir mais qualidade de vida no ambiente.
Também é possível destacar a Ergonomia Visual, que corrige problemas associados à forma como utilizamos equipamentos que prejudicam a saúde da nossa visão.
Por exemplo: o uso inadequado de computadores e celulares evita problemas como o cansaço digital, que causa dor de cabeça e nos olhos, vermelhidão ocular, ardência e olhos secos.
Tudo isso impacta negativamente a performance do colaborador e a sua saúde visual.
Qual é a importância da ergonomia no trabalho?
A ergonomia no trabalho traz diversos benefícios para as empresas. São eles: prevenção de lesão por esforço repetitivo (LER), prevenção de doenças psicossociais, redução de afastamentos médicos e absenteísmo.
Prevenção de lesão por esforço repetitivo (LER)
Essa é uma das doenças ocupacionais mais frequentes entre os colaboradores, segundo este estudo Saúde Brasil 2018, do Ministério da Saúde.
De maneira geral, trata-se de uma lesão associada com a atividade do colaborador e, em alguns casos, ocorre quando há incompatibilidade entre os requisitos físicos da função. Os principais fatores de risco desta lesão, são:
- Movimentos repetitivos;
- Tracionamentos;
- Postura incorreta;
- Içamento de peso.
Menos gastos com afastamento médico e absenteísmo
Empresas que investem na saúde dos funcionários têm melhor performance no mercado, segundo este levantamento publicado em junho de 2021 no Journal of Occupational and Environmental Medicine.
Dessa maneira, conclui-se que cuidar da ergonomia no trabalho diminui os riscos com afastamento médico e, consequentemente, o absenteísmo. Isso também impacta na redução de custos com planos de saúde.
Colaboradores mais saudáveis
Ao cuidar da ergonomia visual no ambiente de trabalho, você impacta diretamente na saúde ocular dos trabalhadores.
Essa preocupação, aliás, é cada vez mais necessária, pois a população mundial com cegueira ou algum tipo de deficiência visual deve dobrar até 2050, segundo uma análise internacional, feita com contribuição de estudiosos da USP de Ribeirão Preto (SP).
O levantamento revela que, em 30 anos, a quantidade de cegos ou com problemas moderados ou severos na visão pode atingir 535 milhões de indivíduos.
Entre as principais consequências disso, estão:
- Exposição excessiva a telas de smartphones;
- Maus hábitos alimentares;
- Envelhecimento da população.
Podemos concluir, portanto, que a ergonomia no trabalho é cada vez mais importante, seja para empresas de pequeno, médio ou grande porte.
Ergonomia no trabalho é obrigatória?
Sim. A propósito, a NR 17 determina a obrigatoriedade da análise ergonômica do trabalho para todas as empresas cujos colaboradores executem trabalhos físicos, manuais ou que provoquem sobrecarga muscular.
Essa norma define que as adaptações ergonômicas devem ser aplicadas por companhias de todos os segmentos e portes, conforme as suas necessidades.
Aliás, o documento orienta que seja feito a avaliação ergonômica preliminar das situações de trabalho, com a proposta de descobrir se ele oferece risco e o que pode ser feito para diminuir esses problemas.
O trecho da norma diz o seguinte:
“A avaliação ergonômica preliminar das situações de trabalho pode ser realizada por meio de abordagens qualitativas, semiquantitativas, quantitativas ou combinação dessas, dependendo do risco e dos requisitos legais, a fim de identificar os perigos e produzir informações para o planejamento das medidas de prevenção necessárias”.
Tal análise pode estar associada às etapas do processo de identificação de perigos e análise de riscos do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).
Posteriormente, você deve aplicar a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), que fica sob responsabilidade de especialistas em ergonomia a partir da apreciação das condições de trabalho da companhia.
Depois, é feito o diagnóstico, proposição de medidas corretivas e avaliação de resultados que, em alguns casos, pode ser conduzido com o envolvimento dos funcionários.
Exceções da AET
Os seguintes grupos estão dispensados da produção de AET:
- Microempreendedores individuais (MEI);
- Microempresas e empresas de pequeno porte enquadradas nos graus de risco 1 e 2 pela NR-04 (SESMT).
Quais são as regras da ergonomia no trabalho?
Entre as principais regras da ergonomia no trabalho, destacam-se:
- Cuide da sua postura. Deixe a coluna ereta, com o auxílio do apoio da cadeira. Posicione os joelhos um pouco abaixo da linha do quadril;
- Prefira cadeiras com regulagem e apoio nas costas;
- Aplique lágrimas artificiais (colírios) prescritas por especialistas;
- Coloque o monitor na altura dos seus olhos;
- Reduza o brilho da tela do computador ou celular;
- Opte por óculos com filtros de luz azul;
- Deixe seus olhos longe do monitor por, pelo menos, 45 a 70cm
- Faça pausas para beber água, ir ao banheiro, se alongar ou simplesmente se levantar da cadeira;
- Use óculos de proteção;
- Evite trabalhar com telas próximo de janelas ou com luzes muito fortes, pois isso prejudica a sua performance.
Aliás, confira este infográfico e entenda na prática dicas de ergonomia no trabalho:
Tudo certo com a ergonomia no trabalho?
Esperamos que, até aqui, você tenha entendido tudo sobre ergonomia no trabalho. E, além desse cuidado especial, recomenda-se que você conheça os ganhos de cuidar da saúde visual dos seus colaboradores com o Benefício Visão.
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